O Google foi processado nos EUA por continuar rastreando os seus usuários mesmo após o recurso Histórico de Localização (Location History) ser desabilitado no smartphone, conforme informações da agência de notícias Reuters. A prática foi descrita em reportagem recente da Associated Press – veja mais sobre isso ao final do texto.
De acordo com a agência de notícias, a ação judicial em questão acusa a empresa de Mountain View de rastrear de forma ilegal os movimentos dos seus usuários, de modo a violar a privacidade deles.
“O Google representava que um usuário ‘poderia desabilitar o Histórico de Localização a qualquer momento. Com o Histórico de Localização desabilitado, os lugares em que você vai não são mais armazenados.’ Isso simplesmente não era verdade”, aponta o documento enviado à corte federal de San Francisco, na Califórnia.
O autor do processo é Napoleon Patacsil, da cidade de San Diego, do mesmo estado americano, que busca o status de “ação de classe” em nome de todos os usuários iOS e Android dos EUA que desabilitaram o recurso do Google (“Histórico de Localização”).
Segundo a reportagem da Reuters, Patacsil pede danos não especificados pelo que afirma serem “violações intencionais” das leis de privacidade da Califórnia por parte do Google. Ele alega ter sido rastreado ilegalmente pelo gigante de buscas em um smartphone Android e também em um iPhone.
Até o fechamento da reportagem da Reuters, o Google não tinha respondido aos pedidos de comentários da agência sobre o caso.
Pesquisa AP e Princeton
Entre outras coisas, a reportagem publicada pela Associated Press no último dia 13 de agosto destaca como o Google Maps e as informações sobre clima podem indicar a sua localização ao Google. “Por exemplo, o Google armazena uma snapshot de onde você está quando você apenas abre o aplicativo do Maps. As atualizações diárias automáticas de clima em aparelhos Android apontam mais ou menos onde você está”, afirma o texto.
Além disso, a AP aponta que até mesmo buscas feitas pelos usuários sem nenhuma conexão com localização indicam onde eles estão para a empresa de Mountain View. “E algumas buscas que não tem nada a ver com localização, como ‘cookies com gotas de chocolate’, ou ‘ou kits de ciências para crianças’, apontam de forma precisa a sua latitude e longitude – em termos de metros quadrados – e salvam isso na sua conta Google.”
A Associated Press afirma ter realizado os seus próprios testes com o recurso do Google em diferentes iPhones, encontrando sempre o mesmo comportamento. Além disso, um pesquisador do laboratório cientista da computação da Universidade de Princeton, Jonathan Mayer, confirmou as descobertas da AP em uma variedade de dispositivos Android.
Fonte: Computerworld